Alguém me disse para partilhar... cá vai:Decidi encarar este espaço como uma oportunidade de responder a muitas questões que me têm sido colocadas directa ou indirectamente nos últimos tempos. “Porque é que fazemos menos palestras”, “porque é que não repetimos os rastreios de outros tempos”, “porque é que já não vem uma enfermeira à escola falar sobre sexualidade uma vez por ano”. Porquês, que têm a sua reposta no facto de não nos cingirmos já a Educar para a Saúde, queremos mais, e os nossos jovens merecem muito mais.
A passagem de um currículo de colecção, disciplinar, onde o professor era apenas transmissor, para um currículo de integração, de raiz di
sciplinar, mas onde a abordagem é interdisciplinar, onde o professor é um mediador, um orientador, um facilitador da integração de saberes num projecto global de formação, não deixou à margem a educação para a saúde. Deixamos gradualmente as intervenções pontuais de “prevenção de...” para abraçarmos programas globais, onde a educação para a saúde como sempre conhecemos, na sua vertente mais formal e sectorial, só pode ter lugar quando entendida como uma estratégia de promoção de saúde. Descartamos a visão de educar para a saúde como uma enciclopédia de conhecimento de sintomas e sinais de doenças e de testes médicos para entrar com pés bem firmes num terreno onde prevalece uma abordagem salutogénica. Já não é tanto sobre o que se perde em consumos nocivos, mas o que se ganha na adopção de estilos de vida saudáveis.
Um longo e lento percurso desde que o estado garantiu, em 1984 (Lei nº3/84, de 24 de Março) o direito à educação sexual como direito fundamental àEducação até à definição, em 2006, da alimentação e actividade física, do consumo de substâncias psico-activas, da sexualidade, das infecções sexualmente transmissíveis e da violência em meio escolar como áreas prioritárias de Promoção e Educação para a Saúde.
O despacho n.º 19737/2005 (2.ªsérie) foi um passo de gigante no assumir da, já há muito prevista na lei, Educação para a Saúde. A criação do GTES (Grupo de Trabalho em Educação Sexual) veio agitar as escolas que trabalharam directamente com a equipa coordenada pelo prof. doutor Daniel Sampaio, bem como as que aceitaram o desafio do edital que pedia aos Agrupamentos/Escolas interessados em ser apoiados na concretização dos Programas/Projectos sobre “Educação para a Saúde”, a elaboração de um plano de trabalho onde estivesse incluída a indicação de um professor coordenador/responsável pela concretização da Educação para a Saúde e uma proposta de concretização das temáticas da educação para a promoção da saúde nos planos curriculares (disciplinares e não disciplinares),
devidamente integrada no Projecto Educativo de Escola.
Mais recentemente, em 8 de Julho de 2008, entrou em vigor um despacho que determina que ao longo do ensino básico, em Área de Projecto e em Formação Cívica, devem ser desenvolvidas competências em diversos domínios da cidadania, entre eles, reforça-se a educação para a saúde e sexualidade de acordo com as orientações do Despacho n.o 25 995/2005, de 28 de Novembro e o Despacho 2506/2007, de 23 de Janeiro.
Nós aceitamos o desafio em 2005, tal como estivemos sempre no campo de acção ao longo destes anos. Na última década, demos passos firmes num caminho de promoção do envolvimento das famílias dos nossos estudantes, e do desenvolvimento da autonomia, da assertividade, do sentido critico e da responsabilidade destes jovens que queremos envolvidos nos projectos de promoção da saúde desde a sua concepção.
Passamos pela realização de exposições e murais de reflexão,
e pela realização de sessões de formação/informação para pais, onde a decoração do espaço foi da responsabilidade dos filhos,pela realização de caminhadas e convívios numa forma salutar de defender o “dizer não” aos consumos nocivos (deixar saborear momentos livres de dependências) formamos grupos de Jovens que desenvolvem acções de educação/formação por pares,demos um passo maior com o projecto “Máquina da Energia”, em parceria com o centro de saúde, com cerca de 80 jovens estudantes do 3º ciclo e ensino secundário que ao longo de 2 anos levaram a efeito várias actividades junto dos cerca de 700 alunos dos Jardins de Infância e Primeiro Ciclo com temas centrais como: O corpo humano como fonte de produção e consumo de energia; Como fornecer energia ao corpo humano; Como consumir a energia acumulada no corpo humano; Como evitar a destruição da máquina da energia. A saúde tem estado presente na criação de espaços aprazíveis de convívio na escola, nas actividades de enriquecimento curricular, na nossa oferta alimentar, nas feiras do livro, em peças de teatro, em concursos e jogos que são o culminar de longos trabalhos de preparação,
nos projectos de turma, nas campanhas de solidariedade,
na organização de actividades desportivas que unem professores, pais e filhos,
na criação de uma relação de confiança entre os diversos parceiros. Na capacidade de ouvir e ser ouvido. Afinal, conversar para além de bom, é saudável!
É +- NESTE PÉ QUE ESTAMOS. PROMETO NÃO "POSTAR" LENÇÓIS, NUNCA MAIS;) SÓ PARA SITUAR... ESTAMOS ASSIM, MAS... boy, "do I want more"!!!!