No meio destes loucos dias de final de período lectivo, um grupo de adolescentes a frequentar o 3º ciclo "obrigou-me" a parar uns minutos... o pretexto: uma entrevista para o trabalho de grupo da disciplina de Área de Projecto... o tema: educação sexual / educação para a saúde;)
Q- Como é que aborda o tema da saúde e sexualidade?
MJD- Os temas relacionados com saúde e sexualidade são para abordar com clareza, rigor científico, e adequados à idade e necessidades dos alunos.
Q- Como é que a escola pode ajudar em relação à saúde e sexualidade?
MJD- A contribuição da escola na educação para a saúde/sexualidade prende-se com a transmissão de informação isenta, rigorosa e adequada às necessidades dos alunos, e tem como finalidade, tal como vem referido na carta de Ottawa, "aumentar a capacidade dos indivíduos e das comunidades para controlarem a sua saúde, no sentido de a melhorar".
Q- O que devemos fazer para evitar as doenças sexualmente transmissíveis?
MJD- Antes de mais, ao encararmos as experiências sexuais como algo íntimo, que se deve partilhar apenas com quem conseguimos construir uma relação de confiança, amor e respeito. Um dos factores de risco é ter vários parceiros sexuais ao longo da vida, pelo que perceber que as relações de namoro não exigem necessariamente contactos sexuais será o primeiro passo. Como é obvio, a partir do momento em que os dois estão preparados para entrar num patamar de maior intimidade e responsabilidade, o preservativo É OBRIGATÓRIO.
Q- Como é que os pais devem reagir com os filhos em relação ao tema da sexualidade?
MJD- A sexualidade não pode ser tabu. Somos todos seres sexuados, ela acompanha-nos nas mais diversas facetas desde que nascemos, até à morte. Os pais devem encará-la com a naturalidade que lhe é intrinseca. A questão é que, muitas vezes, confunde-se sexualidade com sexo, e aí, é claro que os pais se preocupam... preocupam-se com as pressões de grupo, com a precocidade de alguns jovens, com a irresponsabilidade de muitos que decidem iniciar uma vida sexualmente activa sem estarem conscientes das responsabilidades que lhe são inerentes, nomeadamente a necessidade de iniciar consultas de planeamento familiar (não só pela escolha do método contraceptivo, mas também porque há outros cuidados a nível de exames médicos de rotina, por exemplo). Acima de tudo, os pais têm medo que os filhos "se magoem".
Q- Na sua opinião, o que se pode fazer para os alunos se informarem mais?
MJD- Seguir efectivamente as recomendações de Ministério da Educação, e promover (no mínimo) mensalmente sessões de Educação Sexual e para a Saúde nas aulas de Formação Cívica e/ou Área de Projecto. Outras ferramentas são as psicólogas da escola e o Gabinete de Apoio ao Aluno, que estão disponíveis para ajudar os nossos alunos.
Q- Que cuidados se deve ter antes de se engravidar?
MJD- Uma gravidez deve ser, na medida do possível, desejada e planeada. Os futuros pais devem consultar o médico e fazer uma série de testes para ver se está tudo bem ao nível da saúde de ambos.
Q- Quais os meios a que podemos recorrer para evitar doenças sexualmente transmissíveis?
MJD- Os melhores meios para evitar doenças sexualmente transmissíveis são: retardar o início da actividade sexual, reduzir o número de parceiros sexuais ao longo da vida e utilizar o preservativo.
Q- Acredita que este tema deve ser abordado na escola?
MJD- Claro que sim. Mas há muitos anos que a educação para a saúde e sexualidade está prevista nas escolas. Não é uma questão de "achar que" é uma questão de cumprir o que está regulamentado.
Q- Na sua opinião, os alunos deviam ser informados de tudo?
MJD- A informação não deve ser imposta. Deve acompanhar o desenvolvimento dos alunos. Mas é assim em tudo, caso contrário, não se começava por aprender no 2º ciclo que a célula tem membrana citoplasma e núcleo, e começávamos logo a falar de todos os constituintes celulares e das suas funções no 1º ano da escola. Deve-se acompanhar o desenvolvimento físico e emocional dos alunos, mas não se deve deixar nenhuma resposta "em branco".
MJD- A contribuição da escola na educação para a saúde/sexualidade prende-se com a transmissão de informação isenta, rigorosa e adequada às necessidades dos alunos, e tem como finalidade, tal como vem referido na carta de Ottawa, "aumentar a capacidade dos indivíduos e das comunidades para controlarem a sua saúde, no sentido de a melhorar".
Q- O que devemos fazer para evitar as doenças sexualmente transmissíveis?
MJD- Antes de mais, ao encararmos as experiências sexuais como algo íntimo, que se deve partilhar apenas com quem conseguimos construir uma relação de confiança, amor e respeito. Um dos factores de risco é ter vários parceiros sexuais ao longo da vida, pelo que perceber que as relações de namoro não exigem necessariamente contactos sexuais será o primeiro passo. Como é obvio, a partir do momento em que os dois estão preparados para entrar num patamar de maior intimidade e responsabilidade, o preservativo É OBRIGATÓRIO.
Q- Como é que os pais devem reagir com os filhos em relação ao tema da sexualidade?
MJD- A sexualidade não pode ser tabu. Somos todos seres sexuados, ela acompanha-nos nas mais diversas facetas desde que nascemos, até à morte. Os pais devem encará-la com a naturalidade que lhe é intrinseca. A questão é que, muitas vezes, confunde-se sexualidade com sexo, e aí, é claro que os pais se preocupam... preocupam-se com as pressões de grupo, com a precocidade de alguns jovens, com a irresponsabilidade de muitos que decidem iniciar uma vida sexualmente activa sem estarem conscientes das responsabilidades que lhe são inerentes, nomeadamente a necessidade de iniciar consultas de planeamento familiar (não só pela escolha do método contraceptivo, mas também porque há outros cuidados a nível de exames médicos de rotina, por exemplo). Acima de tudo, os pais têm medo que os filhos "se magoem".
Q- Na sua opinião, o que se pode fazer para os alunos se informarem mais?
MJD- Seguir efectivamente as recomendações de Ministério da Educação, e promover (no mínimo) mensalmente sessões de Educação Sexual e para a Saúde nas aulas de Formação Cívica e/ou Área de Projecto. Outras ferramentas são as psicólogas da escola e o Gabinete de Apoio ao Aluno, que estão disponíveis para ajudar os nossos alunos.
Q- Que cuidados se deve ter antes de se engravidar?
MJD- Uma gravidez deve ser, na medida do possível, desejada e planeada. Os futuros pais devem consultar o médico e fazer uma série de testes para ver se está tudo bem ao nível da saúde de ambos.
Q- Quais os meios a que podemos recorrer para evitar doenças sexualmente transmissíveis?
MJD- Os melhores meios para evitar doenças sexualmente transmissíveis são: retardar o início da actividade sexual, reduzir o número de parceiros sexuais ao longo da vida e utilizar o preservativo.
Q- Acredita que este tema deve ser abordado na escola?
MJD- Claro que sim. Mas há muitos anos que a educação para a saúde e sexualidade está prevista nas escolas. Não é uma questão de "achar que" é uma questão de cumprir o que está regulamentado.
Q- Na sua opinião, os alunos deviam ser informados de tudo?
MJD- A informação não deve ser imposta. Deve acompanhar o desenvolvimento dos alunos. Mas é assim em tudo, caso contrário, não se começava por aprender no 2º ciclo que a célula tem membrana citoplasma e núcleo, e começávamos logo a falar de todos os constituintes celulares e das suas funções no 1º ano da escola. Deve-se acompanhar o desenvolvimento físico e emocional dos alunos, mas não se deve deixar nenhuma resposta "em branco".
Q- Deviam existir aulas sobre saúde e Sexualidade?
MJD- Sim, por todos os motivos que já fui enumerando ao longo desta nossa conversa...
Q- Há idade para ter relações sexuais?
MJD- Eu acredito que a "pressa" pode trazer experiências que, em alguns casos, marcam pela negativa. É o que de mais íntimo temos para partilhar, e não fará grande sentido banalizar a relação sexual. Quanto à idade, está fundamentalmente associada a um conjunto de respostas que as pessoas em causa terão que ter. "Vão assumir as responsabilidades de uma nova rotina ao nível de consultas de planeamento familiar?" "vão ter que andar a esconder da família a pílula e os preservativos?" "Estão preparados para lidar com, por exemplo, uma gravidez inesperada?" "Têm um local, seguro, onde podem estar juntos?" "é a pessoa certa?" "é o que querem realmente fazer?" "estão a pensar... terei idade para isto?"... Se existirem muitas dúvidas, é porque certamente ainda não é a "idade certa". Eu não sei dizer qual é a idade certa. Não há receitas.
Q- E o aborto? É aconselhável?
MJD- Fazer um abortamento não é "aconselhável". Há situações em que a lei o permite, e não me compete a mim fazer juízos de valor sobre quem o decide fazer. Cada caso é um caso, e a vida não é toda a "preto e branco" há todo um arco-íris a considerar. No entanto, não é uma medida isenta de trauma para a mulher que o faz. Não é certamente para ser encarado levianamente como um método contraceptivo alternativo.
Q- O que pensa sobre a gravidez na adolescência?
MJD- Uma criança tem direito a ser desejada, a nascer numa família estável, a não carregar o "peso" de ter sido quem prejudicou o percurso escolar ou limitou as vivências naturais da juventude dos seus pais. Uma adolescente não teve ainda tempo para organizar a sua vida, decidir o que vai fazer no futuro, planear, ser auto-suficiente. Precisa ainda, muito, de quem cuide dela, e não é a melhor opção estar a interromper o seu desenvolvimento emocional e físico desta maneira. Um bebé não é um "boneco".
MJD- Sim, por todos os motivos que já fui enumerando ao longo desta nossa conversa...
Q- Há idade para ter relações sexuais?
MJD- Eu acredito que a "pressa" pode trazer experiências que, em alguns casos, marcam pela negativa. É o que de mais íntimo temos para partilhar, e não fará grande sentido banalizar a relação sexual. Quanto à idade, está fundamentalmente associada a um conjunto de respostas que as pessoas em causa terão que ter. "Vão assumir as responsabilidades de uma nova rotina ao nível de consultas de planeamento familiar?" "vão ter que andar a esconder da família a pílula e os preservativos?" "Estão preparados para lidar com, por exemplo, uma gravidez inesperada?" "Têm um local, seguro, onde podem estar juntos?" "é a pessoa certa?" "é o que querem realmente fazer?" "estão a pensar... terei idade para isto?"... Se existirem muitas dúvidas, é porque certamente ainda não é a "idade certa". Eu não sei dizer qual é a idade certa. Não há receitas.
Q- E o aborto? É aconselhável?
MJD- Fazer um abortamento não é "aconselhável". Há situações em que a lei o permite, e não me compete a mim fazer juízos de valor sobre quem o decide fazer. Cada caso é um caso, e a vida não é toda a "preto e branco" há todo um arco-íris a considerar. No entanto, não é uma medida isenta de trauma para a mulher que o faz. Não é certamente para ser encarado levianamente como um método contraceptivo alternativo.
Q- O que pensa sobre a gravidez na adolescência?
MJD- Uma criança tem direito a ser desejada, a nascer numa família estável, a não carregar o "peso" de ter sido quem prejudicou o percurso escolar ou limitou as vivências naturais da juventude dos seus pais. Uma adolescente não teve ainda tempo para organizar a sua vida, decidir o que vai fazer no futuro, planear, ser auto-suficiente. Precisa ainda, muito, de quem cuide dela, e não é a melhor opção estar a interromper o seu desenvolvimento emocional e físico desta maneira. Um bebé não é um "boneco".
No comments:
Post a Comment